Muitos empresários e profissionais de criação têm problemas com as cores ao imprimir materiais institucionais.
De fato, é difícil manter o padrão de cores nos materiais impressos.
Para que não ocorram variações indesejáveis de tons, a qualidade da impressão e a fidelidade às cores exigem experiência, conhecimento técnico e respeito à identidade visual da empresa.
Os sistemas de cores
São três os principais sistemas de cores praticados hoje no mercado: CMYK, RGB e Pantone.
CMYK. O sistema subtrativo
O sistema de cores CMYK é formado pelas cores Ciano (azul), Magenta (vermelho), Yellow (amarelo) e blacK (preto).
Das combinações entre essas quatro cores básicas são formadas novas cores.
Esse sistema é chamado de subtrativo, pois consiste na subtração do brilho da cor branca por meio da aplicação das tintas.
O modelo CMYK é utilizado pelos designers especialmente quando um material precisa ser impresso.
RGB. As cores dos meios digitais
O RGB é o sistema de cores utilizado especialmente nos meios digitais.
Possui três cores: Red (vermelho), Green (verde) e Blue (azul).
De forma semelhante ao CMYK, o RGB forma cores novas a partir de suas cores originais.
Como no sistema RGB as cores se formam por meio da luz, elas são chamadas de “cores luminosas”. Também são conhecidas como aditivas.
Nesse sistema, a representação de cada cor se dá por um valor numérico que vai de 0 até 255, de acordo com a intensidade da mistura das cores vermelha, verde e azul.
A cor preta é representada pelo valor 0 de cada uma das três cores (red, green e blue).
Já o branco é composto por 255 red, 255 green e 255 blue.
Entre o branco e o preto, ficam todos os outros tons, incluindo os chamados “50 tons de cinza” – termo utilizado para definir os diferentes tons de cinza existentes.
Pantone. Cores únicas
O sistema de cores Pantone foi criado para abranger muito mais cores do que os sistemas CMYK e RGB.
São cores “pigmento”, formadas por tintas únicas, e não por misturas.
Esse sistema foi criado pela empresa Pantone, de Nova Jersey (EUA), em 1963.
A cartela de cores Pantone é hoje uma referência obrigatória para gráficas e profissionais que trabalham com criação e impressão no mundo todo.
A identidade visual em diferentes sistemas de cores
Uma mesma identidade visual precisa ter versões em pelo menos dois sistemas de cores, para que a tonalidade original seja mantida em diferentes meios.
No caso de uma identidade visual criada em RGB, recomenda-se ter ao menos sua versão em CMYK. Enquanto isso, para uma identidade concebida em Pantone, é recomendado ter suas versões em RGB e CMYK.
Iremos entender as relações entre os sistemas e por que, na prática, são necessárias as diferentes versões de uma mesma marca.
RGB e CMYK
A maior parte das identidades visuais e marcas são criadas em RGB. Ao criá-la com esse sistema, é importante também criar sua versão em CMYK, o sistema mais utilizado para impressões.
Isso deve ser considerado porque é muito provável que a logomarca e outros elementos da identidade visual da empresa venham a ser impressos no futuro.
O mesmo vale para o contrário: caso a identidade tenha sido criada em CMYK, é necessário criar também sua versão em RGB, pois ela poderá vir a ser utilizada também no meio digital.
Em ambos os casos, é preciso que o designer tenha extremo cuidado para que haja fidelidade às cores originais.
Caso isso não ocorra, a gráfica pode ter dificuldades em ser precisa nas cores no momento de impressão.
Por isso, é fundamental que o designer e a gráfica trabalhem juntos para obter o melhor e mais preciso resultado.
Entretanto, é importante ressaltar que nessa transferência do RGB para o CMYK ou do CMYK para o RGB haverá perdas mínimas entre as cores de um e de outro sistema.
A luz nos monitores
Há variações na intensidade da luz em cada tela de computador. Por isso, é comum que a cor RGB em um monitor seja diferente em outro.
Essa diferença se dá porque a cor reproduzida digitalmente varia de acordo com a calibragem do monitor. Em celulares e tablets ocorre o mesmo.
O designer ou web designer tem de estar atento a essas variações de luz para manter a qualidade do trabalho ao fazer a versão CMYK de uma cor em RGB.
Conversão do RGB para o CMYK
Para realizar a conversão de uma cor RGB para uma cor CMYK, é possível utilizar softwares de criação e edição de imagens.
No Adobe Illustrator, é necessário selecionar todos os objetos com o comando ctrl+A, em seguida ir até o menu Editar, depois selecionar Editar Cores e por último clicar em CMYK.
Já no Corel Draw, você deve ir até a predefinição para PDF e na aba CMYK deixar marcada a opção “Converter cores exatas em CMYK. ”
Conversão do CMYK para o RGB
Para converter uma cor CMYK para sua versão em RGB, você também pode fazer uso de softwares.
No Adobe Photoshop, você deve selecionar o menu Imagem, ir até Mode e clicar na opção RGB color.
No Corel Draw, você deverá clicar no menu Bitmaps, ir até Mode e então clicar na opção RGB Color (24-Bits).
RGB e Pantone
Cores criadas em Pantone nem sempre podem ser reproduzidas digitalmente. Por esta razão, é recomendado que se faça a versão em RGB de uma identidade visual criada em Pantone.
Assim, é possível obter uma cor mais próxima à original também no meio digital.
Conversão do RGB para o Pantone
Para converter uma cor RGB para Pantone, é possível utilizar a ferramenta Code Beautify. Nela, é possível digitar o código da cor e assim obter a cor Pantone mais próxima.
Conversão do Pantone para o RGB
Ao realizar o processo de conversão da Pantone para o RGB, é possível utilizar a ferramenta Color Finder, no site da Pantone. Para encontrar a cor Pantone correspondente, é necessário digitar o código da cor RGB.
Outra maneira de encontrar a cor é verificar o guia Color Bridge Coated, que contém as correspondências das cores Pantone em RGB.
Pantone e CMYK
Identidades visuais criadas em Pantone são geralmente impressas nesse sistema, para manter a fidelidade de cor.
No entanto, é importante ter a versão CMYK da marca também para dar mais mobilidade aos profissionais responsáveis pela produção dos impressos.
A conversão do Pantone para o CMYK
Para se converter uma cor Pantone à sua versão em CMYK, é necessário adquirir da própria Pantone a ferramenta Color Bridge Coated.
Com ela em mãos, é possível verificar a cor CMYK mais próxima da cor Pantone em questão.
Além disso, pode-se também realizar a conversão no software Adobe Illustrator CC.
Para isso, você deve clicar duas vezes na cor Pantone no Painel Swatches.
Em seguida, você deverá clicar em “CMYK” na opção color mode do painel.
Depois, para obter a sua cor CMYK, clique em ‘’process color’’ na opção Color Type.
A conversão do CMYK para Pantone
Há muitas formas de se converter uma cor na escala CMYK para Pantone.
Aprender a realizar essa conversão do CMYK para o Pantone é importante para casos em que não há registro da cor original em Pantone e o cliente deseja fidelidade à mesma.
O software de design gráfico Adobe Illustrator facilita e simplifica essa operação.
Primeiro, a cor em CMYK deve ser selecionada. Em seguida, deve ser acessado o menu Edit > Edit Colors > Recolor Artwork.
Feito isso, uma das séries da biblioteca Pantone deve ser escolhida.
Após confirmar a seleção com o botão ‘ok’, a cor Pantone mais próxima será encontrada e substituirá a original.
Outra maneira simples de se fazer isso está no site Code Beautify.
Nele, você pode digitar os valores das cores em ciano, magenta, amarelo e preto para encontrar uma série de cores Pantone próximas à cor CMYK informada.
Impressão em CMYK ou Pantone? Como decidir
Diversos fatores devem ser considerados para se decidir entre uma impressão em CMYK ou Pantone.
O sistema CMYK é indicado principalmente quando se quer imprimir fotografias.
A impressão em Pantone será a melhor escolha quando o objetivo do projeto é ser 100% fiel à cor Pantone criada para a logomarca da empresa ou para a identidade visual do produto.
Também se recomenda esse tipo de impressão quando a imagem possui no máximo três cores.
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